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segunda-feira, 22 de março de 2010

Uma segunda - feira , fria


Mais uma vez nesta janela olhando as pessoas que passa na rua, mas agora meu coração está preenchido de outro sentimento. Hoje escrevo regado mas não pela paixão, o sentimento que quase me obriga aos cigarros, a bebida e um pedaço de papel e um lápis, chama- se- á solidão.
A rotina já não me dá mais espaço pra pensar, tornara-se frenética que nem a daquelas pessoas que passam na rua, e que antes, eu aolhva com um acerta inveja.
Solidão, que não me atrocida como o ócio, mas que esfria os meus ideais...
Frigidez? já ouvi falar certa vez pelos meus colegas que já não se fazem mais presentes,hoje a solidão me acompanha mais do que qualquer outra coisa,mais do que qualquer outra pessoa.
Podeira até estar acompanhado,mas não de quem eu queria estar. E isso é paixão?
não acho que não...
A diferença está na dor no peito, a ansiedade, no não parar de pensar.
Vontade de voltar no tempo, de agir com outras ações,de tomar outra decisões
[ e ocultar tantas outras...
Vontade de substituir essas palavras por outras categoricamente chamadas de mais "cultas", mas pra quê?
Pra fingir uma coisa que não sou?
não, não... hoje não.
hoje não estou pro tal teatro social que somos obrigados a encenar todos os dias.
Vontade de me drogar, as bebidas e os calmantes já não fazem mais efeito.
Vontade de me jogar daqui do alto,medo de não morrer, medo de Deus esxistir.
[medo de estar fazendo tudo errado.
Medo por ter consciência que estou me juntando à maioria, estou me tornando humano.
No sentido real da palavra, não naquele idealizado pelos nossos pais, e ensinado nas escolas,nas aulas de filosofia.
Estou me tornando imbecil, frigido, cético, estúpido, deixando de sonhar e acreditar na verdade...
deve ser os cigarros e o álcool... ou... a saudade.
Aproveito para uma poesia; meio bobinha ,mas,que quero deixar assim do jeito que foi pensada, sem retoques finais, quem nem esse texto que escrevo.

Quando não me ocupo,
não é pouco o quanto
me culpo, por não saber
te trazer assim sem luto.

É só fechar o olhos,
que lá vem você me chamando
com o seu jeitinho, fazendo carinho,
e indo embora sem ter o que fazer.

É só me descuidar, que vejo você alí
dobrando a esquina, nas suas mãos as mãs de
uma menina, denuncia que mais uma vez só
me enganei de saudade.

É só me descuidar,
que a tua voz chega aos meus ouvidos.
Proucuro-te ao redor enlouquecido... foi só a
danada outra vez te usando pra rir do meu engano
de menino apaixonado, retardado ,abandonado
A ver navios por causa de um prótotico de vadia frustada, ferida e amargurada
desenganada,por motivos que eu nem sei.

Queria ser teu,
do teu jeito pequeno,
da tua índole de veneno,
da tua boca insana, do teu sorrizo de bacana,
dos teus cabelos de plebeu.


Prefiro acreditar que isso já pertence ao passado.
Talvez não pertença, mas pensar assim me conforta, e é tudo que eu quero agora,sentir-me confortado,mesmo que as mãos que afagam os meus cabelos sejam as minhas próprias mãos,mesmo que a voz que me libidina seja só o eco da minha própria voz. mesmo que seja o trevesseiro que eu abrace na noite fria.
Que seja... por tanto que eu estaja confortado.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Boni mores hominis




Nada mais resta
além de flores e choro descontentado.
Nada mais resta
além de um corpo inocente e nunca amado.

Nada mais resta
além de não sentir nada.
Nada mais resta
além de uma reza desengonçada.

Nada mais resta
além de tantas rosas vermelhas.
Nada mais resta
além de gemidos repletos de pureza.

Nada mais resta
além de um pequenino invólucro fúnebre.
Nada mais resta
além de um feitor lúgubre.

Que se deslumbra com a sentimental
celebração, aprecia o corpo que esteve em suas mãos,
a volúpia que sentia deu espaço a indagação, a culpa
o atinge até o momento em que cruza a sua visão, uma linda
criança de rostinho rosado, um semblante triste e um terço na mão.



PS : Para as pessoas que passam aqui, só vale rassaltar que isso não é de forma alguma um estímulo à exploração de crianças. É só um relato muito mais literário que denuciador, muito mais neutro que formador de opnião, a cerca de algumas coisas que vem acontecendo com cada vez mais frequência. Uma notícia , o texto acima deve ser encarado como um notícia. vlw.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Um dia de sexta


Aqui, em meio a tantos cigarros e a bebida que já me tira a consciência, o ócio me atrocida.
Ao longe, na rua , carros buzinam, pessoas corem de um lado pro outro com as suas rotinas frenéticas com as suas próprias vidas,ocupadas demais pra uma conversa com um estranho.
[E eu aqui entorpecido... lembrando de você...
Uma sensação autônoma que não me faz bem me acompanha com os sonhos que crio pra tentar disfaçar a pérfida percepção de ti ter aqui, comigo.
[ um espaço vazio me corrompe, cresce...
Algumas perguntas, e como sempre,sem resposta, invadem-me à mente
Onde estão meus amigos?
Onde está o que eu preciso?
O que é que eu preciso?
Onde estão os outros iguais a mim?

Penso em sair, em liberdade.
mas a prisão que me contém é abstrata...
são lembranças, são sentimentos...
um barulho brusco distorce o som da música;
é o telefone tocando... e um número que não conheço
atendo com uma esperança;
- aff, demorou tanto a atender.
- é que tava em devaneio...
(risos)...
- como você tá?
- bem, eu acho... e obrigado por perguntar.
- sua voz, está estranha... tem certeza que tá tudo bem mesmo, Alam?
-Alam? (dou - me conta do acontecido),aqui não há nenhum Alam, deve ter ligado enganada.
-ah ta, perdão então.

E o telefone fica mudo...
e alegria passa, e a dor cresce
nada de anormal,a frustação é algo do que eu provo todo dia.
Ainda me resta esperança...como não tê-la?
é a única coisa que me prende aqui.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Manuel Bandeira ;" Desencanto"

Depois de Renato, um ícone da música, agora cito
um grande poeta brasileiro que pertenceu a primeira fase
do modernsimo,Manuel Bandeira.
Um poeta, que passou a vida toda em condições psicológicas miseráveis
devido a sua tuberculose que foi descoberta aos 20 anos de idade.
Manuel viveu todos os seus dias com uma ansiedade, uma melancolia,sem saber se iria acordar no dia seguinte.
Naquela época era comum jovens de 20 aos 26 anos morrem de tuberculose, em muitos casos, nem chegavam a tanto. Assim , Manuel passou a vida inteira esperando sua morte, que só veio aos 82 anos de idade,e o mais ilário ; não foi por decorrência da sua patologia.
Resultado disso, são poemas carregados de tristeza, melancolia, dor.Poemas que falam de uma vida não vivida, da morte ; hora enfrentrada, hora temida! Bom... já falei demais aí vai um dos melhores:

DESENCANTO



Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

terça-feira, 9 de março de 2010

Fluxo de consciência


I
Não precisa, esconder de mim
Vai ser mais fácil quando eu souber,
que a outros braços você se entregou,que com outro
corpo você deitou, que em outras palavras você se deixou.

Não precisa esconder de mim
pode até ser mais fácil quando eu perceber,
que a outros afagos você se rendeu,
que em outros lábios você se perdeu,
que foi outro cheiro que te envolveu.

Não precisa esconder de mim,
eu posso sentir de longe
o seu sorriso besta de cumplicidade
sua indiscreta felicidade, sua contentação, sua pérfida superiodade.

II
não finja,
mas me provoque ,
não me deixe,
não me toque...

não sei se sem você vai ser tão fácil assim,
então minta, minta pra mim..
e não me deixa perceber,
deixa eu sonhar, eu me enganar, eu ser feliz nos meus sonhos com você.

engane-me,faça de mim um espúrio,
mas... não me largue...
espera desaparecer as cicatrizes,
deixe-me feliz, aqui, no meu mundo de Alice.

domingo, 7 de março de 2010

Via láctea

Um dos principais, ou se não principal,ídolo pra mim.Um cara que até hoje influência de maneira direta nas minhas decisões, as vezes diante de algumas situações fico pensando :" o que Renato faria ?".Aí vai umas das canções que escuto quando não estou bem,(que é quase todo dia).Enfim,
que apreciem aqueles que gostam e que critiquem aqueles que o depreciam.
Via láctea

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Mas não me diga isso...

Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...

Mas não me diga isso...

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...

Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...

E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

Renato Russo

sábado, 6 de março de 2010

E se, se eu te amo?


E se... se realmente te amo?

Não iria te cobrir de vãs
palavras e de carinhos forçados
[se não te amasse.

Não iria pensar em ti durante todo o dia
não escutaria de ti palavras frias
[se não te amasse.

Não te convidaria para fazer
parte da minha vida,
não cicatrizaria tuas feridas
[se não te amasse.

Não me declararia,
talvez nem isso escreveria
[se não te amasse.

No adeus antigo, não me
conteria e certamente te beijaria
[se de tanto não te amasse.

E tanto angustiado a te escrever
cheio de amor ao ponto de perceber,
se nem sei se é certo se tanto amor
que te falei se iguala ao amor que te amei.

Bem - vindo, a um mundo tão bonito!




A noite cessou, o sol luta para ser visto em meio tantos prédios que quase não se ver o fim.As Pessoas já não correm àquela hora, a rua está quase deserta. Exceto por um homem e seus temporários inimigos que vasculham o lixo em busca por comida, antes que o caminhão que passa uma vez por semana levasse toda sua nojenta refeição embora.
Além da busca por comida outra luta diária era a tentativa de não perder a lucidez, de não ultrapassar a barreira entre a sanidade e a satisfação, a pseudo-realidade, um receio preenchido de vontade, mas,e ao menos por enquanto,esse era maior que este.
Receava não ultrapassar essa barreira muito mais por medo do que por esperança, ahhh! A ESPERANÇA, quando ele pensava em tê-la passava por uma vidro de um prédio,ou por um espelho e via seu reflexo imundo, fétido, o corpo desnutrido, a barba pra fazer há tempos, não se sabia mais a cor de nascença tamanha era a camada de sujeira sobre o corpo,as roupas rasgadas,feridas expostas que abriram a pouco sem que ele soubesse a razão.A dignidade abalada, a honestidade,bom, essa já nem existia.Não! Ele não podia ter esperança era podre demais para um sentimento tão humano.
Ao longe ele avistou um grupo de pessoas vindo a sua direção,ao se aproximarem ele conseguiu ver com clareza de quem se tratara.Com roupas longas e um crucifixo preso a um cordão e este preso ao pescoço , eram a personificação da alegria, da fartura, da saciação da fome.
Entrou na fila e chegou a sua vez.Era servida uma sopa em uma quentinha acompanhada de uma colher descartável, a tampa era posta em baixo da quentinha para impedir que as mãos repletas de feridas e cicatrizes se queimassem.
A primeira colher foi posta na boca,ele sentiu algo diferente.Seu estômago retrucou.Ânsia de vômito.ele parou de mastigar, olhou para a comida cheirou... e o cheiro também estava diferente.Olhou ao redor e todos faziam como ele era acostumado a fazer (comer estupidamente sentado na calçada).Mas agora o que estava diferente?
Ele pensou e a segunda colher foi posta a boca.Agora ele já não conseguiu conter-se.O vômito veio e forte.Ninguém notou,estavam ocupado demais com a suas próprias vidas,enchendo o seu próprio estômago.
No movimento que fez o seu corpo quando vomitava a quentinha caiu no chão,espalhando a comida.Ele se agachou colocou tudo de volta na quentinha limpou a boca com a manga do seu blusão que vinha até perto do pulso.Voltou a cheirar ; o cheiro agora parecia mais poderoso...Uma nova tentativa e para o espanto : A comida agora estava bem melhor, não estava como queria,mas,estava significativamente melhor e como naquelas condições de vida a vergonha junto com a dignidade não faziam parte do conjunto sensações e virtudes,agachou-se novamente, espalhou sua comida pela calçada,jogou a colher fora , começou a pegar a comida e levá-la a boca com as suas própria mãos,degustando o gosto acre familiar.
Agora esta é maior que aquela, a barreira fora rompida.Agora ele se sentia,e de fato era,um humano como todos os outros.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Em ti... a volúpia!


Estou cansado de procurar pessoas

que se assemelham com contigo,

estou vilipendiado por tanto tentar encontrar os defeitos

que só tu tens.



És tu quem eu quero,

és contigo que eu

quero saciar todos os

meus instintos de gente.



É para ti que eu quero dizer

a última boa noite da noite,

e o primeiro bom dia do dia

e na madrugada,uma palavra nada fria.



Quero acariciar teu rosto com

as costas dos meus dedos.

Beijar-te no cantinho da orelha.

Ouvir tuas tolices, tuas Asneiras,



sentir teu gosto amargo outra vez...

Um suicídio intrínseco


No passado, algo não muito glamoroso;
felicidades perdidas, personalidades retorcidas
Irmãos mortos, outros tantos vivos,
mas, todos temporariamente mortos.

No logo; reconciliação, afeto, afago,
afetação... Com a alusão de
punir os punidores, deixar
os atores de prontidão.

Amargar os amores,ressuscitar sepultar
os rancores, e não só flertar com dores,
mas também, bombardear com flores
o Injustiçado, o vitimado lesado que só quer atenção.

Mas, falo-te é um preço alto a pagar,não foi de
desejo mudar.A precisão de tentar perdoar deve ser
mais eminente do que o quê o outro achar,e de mudar
o que já foi mudado,mas antes na tentativa de melhorar.

O erro em evidência. Graças
a eloquência de um gago nervoso
perdido. Profere-se tudo
mas exatamente tudo não é entendido.

Chegou o tempo enfim, levanto-a em direção
à mim...E depois de um zumbido, um falecido
incompreendido ,arrependido, distingue o destino
do hóspede vão, conciso, inteligente,Mas, energúmeno
ignorante, ineloquente quando o assunto é afeição.